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Quanto vale o seu tempo

A tecnologia acelerou todos os processos e tem transformado a vida em uma verdadeira corrida sem destino definido.

Quanto vale o seu tempo

Em maio o WhatsApp disponibilizou para seus usuários a função de acelerar os áudios enviados e recebidos por meio da plataforma. Desta maneira, é possível ouvir até duas vezes mais rápido um conteúdo. A questão que passa despercebida é que, vivendo nesse ritmo frenético, o ser humano deixa de notar as coisas que mais importam e passa a focar em fazer mais em menos tempo.

Essas atualizações tecnológicas têm acelerado inúmeros processos, principalmente os relacionados à comunicação.

Antigamente a única forma de falar com quem estava distante era por meio de cartas e hoje, graças ao acesso à internet, é possível ouvir e ver, instantaneamente, qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo.

Essa agilidade tem sido interpretada como sinônimo de produtividade, afinal, quanto mais rápido realizamos as tarefas, mais tempo teremos. Será? À medida que a tecnologia avança é possível perceber que ela é responsável tanto pela economia do tempo quanto pelo o consumo dele.

De acordo com o relatório Digital Global Overview Report, a média global de tempo gasto pelos usuários nas redes sociais é de aproximadamente 2 horas e 25 minutos.

É como se as pessoas estivessem tentando acompanhar o ritmo das máquinas e se esquecessem de que vivem em um corpo limitado, que tem seu próprio tempo físico e mental para absorver tudo o que acontece ao redor. Assim, a “economia” de tempo acaba se transformando em uma verdadeira “perda” de tempo.

Essa corrida incessante sem um propósito definido gera poucos resultados e muito desgaste físico, mental e espiritual.

IMPACTOS NA SAÚDE

A psicóloga Larissa Paes explica alguns problemas decorrentes dessa aceleração: “quando estamos muito acelerados não conseguimos racionalizar de maneira saudável. Nossos pensamentos ficam compulsivos e não param nem um segundo. Os nossos estímulos cerebrais passam a ficar sobrecarregados e o resultado é aumento da ansiedade e dificuldade em resolver conflitos e administrar as emoções”, pontua.

De acordo com a especialista, todos esses estímulos podem ser um gatilho para a ansiedade. “O corpo pode interpretar os momentos que estamos acelerados e recebendo muitas informações como uma ameaça. Essa situação gera ansiedade, que inclusive pode refletir no corpo com a aceleração do coração e até enjoos.” Outros sintomas são preocupação excessiva, impaciência, irritabilidade e até agressividade.

COMO FICA A SUA ATENÇÃO?

Para terminar o dia com as tarefas concluídas é preciso correr. O andar é acelerado, a alimentação acontece em minutos, as conversas são rasas e esquecidas com a mesma rapidez com que são ouvidas. Quem nunca teve os seguintes questionamentos “o que eu precisava fazer mesmo? e o que eu vim pegar aqui?” Mas, afinal, o que está acontecendo com nosso cérebro? “Tudo está relacionado ao equilíbrio. Quando algo foge ao equilíbrio causa o estresse, que gera uma série de substâncias que atrapalham o funcionamento do cérebro”, diz Igor Duarte,neurocientista. “Se a pessoa está em uma situação estressante o cérebro vai colocar a atenção no problema que ele considera central, então ele não consegue dar atenção para novas coisas e isso atrapalha o desempenho profissional, na família e nos estudos”, diz.

PARANDO PARA OUVIR

Além da saúde física e mental, essa vida frenética tende a prejudicar os relacionamentos. Se no WhatsApp existe essa necessidade de acelerar as conversas, quando o encontro é presencial a paciência para ouvir pode ser sufocada pela pressa.

“Quando você tem um problema central para resolver, você não consegue ouvir outras pessoas e ajudá-las e é aí que surgem os problemas de relacionamento”, explica Duarte.

Mas a pergunta que não quer calar é: para que tanta pressa? Muitas pessoas estão correndo para acordar, trabalhar, estudar, cuidar dos problemas pessoais, mas será que elas sabem aonde querem chegar?

O que parece é que muitos estão correndo em uma daquelas rodas usadas para distrair camundongos. Eles correm, correm, correm e não saem do lugar. Essa corrida incessante sem um propósito definido gera poucos resultados e muito desgaste físico, mental e espiritual.

Há quem esteja convencido de que hoje não tem tempo para buscar a Deus, mas ainda terá para fazê-lo mais tarde. A respeito do assunto, o Bispo Renato Cardoso orienta: “você precisa aprender como respeitar o tempo, como numerar os seus dias, precisa aprender o valor do agora. Agarre essa verdade sobre o tempo. Aprenda a usar bem o tempo e a respeitá-lo. E, com esse entendimento e sabedoria, a conectar-se com Deus e a fazer a Sua vontade hoje. Estar bem com Ele agora”.

COMO DESACELERAR?

A Palavra de Deus nos ensina que “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Eclesiastes 3.1). Mas, para sair do automático ou do modo acelerado, é preciso mudar os hábitos. O primeiro passo é parar para se organizar e se questionar sobre o uso do tempo.

Duarte afirma que mudar de ambiente pode ajudar a encontrar o equilíbrio: “sair do ambiente rotineiro e ir para um novo local faz com que o cérebro passe a dar atenção para novidades. Isso faz bem inclusive para o indivíduo que precisa ter boas e novas ideias”. As tecnologias disputam seu tempo e sua atenção, mas está em suas mãos decidir como você vai usá-los. Seja sábio.

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  • Redação