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Mais conectados e mais sozinhos

Saiba como a tecnologia tem mudado o comportamento humano e como esse cenário pode impactar a saúde mental das pessoas.

Mais conectados e mais sozinhos

Índice de depressão dispara nos Estados Unidos, muitos estão cada vez mais sozinhos, uma realidade no século 21. Analistas de diversas áreas tratam o fenômeno como uma “epidemia”, uma doença, uma anormalidade. 

Um estudo da Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston (BUSPH), publicado na revista The Lancet Regional Health – Americas, apresentou dados alarmantes sobre a saúde mental nos Estados Unidos: 32,8% dos adultos expressaram sintomas depressivos elevados em 2021. 

“A solidão é um sentimento que nem sempre quer dizer estar sem outros por perto. É como se a pessoa não pertencesse ao que a está rodeando”, esclarece a psicanalista Raquel Nascimento. Entre as causas para essa situação, Raquel destaca o grande número de afazeres na vida. “As pessoas estão muito ocupadas, estão ligadas por redes e cada vez menos disponíveis”, cita. 

Por meio das redes sociais, as pessoas até têm a sensação de que estão presentes na vida umas das outras, mas muitas vezes nem conversam de verdade: “há a ilusão de que a pessoa tem um relacionamento forte, mas ela mal conhece o outro e chama de amigo a quem nunca olhou no olho”. E a geração que mais tem sido impactada por essa realidade é a Z, aquela que está crescendo com as novidades tecnológicas. “É uma geração que bloqueia rápido e em que tudo é muito rápido. É a geração dos relacionamentos líquidos”, relata a psicanalista. 

LUCRANDO COM A SOLIDÃO

Hoje é fácil encontrar dispositivos eletrônicos que entendam um comando de voz e respondam a ele. Eles fazem parte da inteligência artificial e já são capazes de apagar a luz, ligar a TV, contar uma piada, colocar a música solicitada, limpar a casa e têm inúmeras outras utilidades. Os robôs também têm sido desenvolvidos para fazer companhia a alguém ou até mais do que isso. 

Um relacionamento com outra pessoa é uma troca e exige paciência, cuidado, atenção e investimento de tempo. 

Hoje muitos já recorrem a alternativas para atender a uma necessidade física sem se envolver, como no caso da pornografia. Segundo um estudo realizado pelo futurologista Ian Pearson, até 2025 devem surgir robôs sexuais com aparência humana. Pearson inclusive acredita que homens e robôs possam estabelecer vínculos emocionais fortes no futuro. 

“Os robôs como companhia são o auge patológico porque, quanto mais estivermos longe do outro, mais teremos o sentimento de frieza. As conexões emocionais e afetivas são condições essenciais para a saúde psíquica, mas o homem moderno foge de um relacionamento com medo de sofrer e acaba ficando doente. É um círculo vicioso”, explica Raquel.

NASCIDOS PARA ESTAR JUNTOS 

A Bíblia relata que, inicialmente, Deus criou o homem, Adão, mas viu que não era bom que ele estivesse sozinho e por isso criou Eva. Ali, nascia um relacionamento que deu origem a outras pessoas e formou uma família. Se a intenção fosse apenas estar próximo a outros seres, bastaria a Adão a companhia de inúmeros animais. Contudo, o propósito de um relacionamento, seja entre um casal, entre familiares ou entre amigos, é que haja troca de conhecimento, de cuidado e de atenção. E como desenvolver uma relação tão profunda com um robô? 

A psicanalista destaca que a solidão pode impactar até a saúde física de uma pessoa. “Estudos mostram que a solidão pode ter relação com o desenvolvimento de depressão, diabetes, doenças cardiovasculares, alzheimer e até baixa imunidade. Quanto mais o homem se isola, mais ele se desconecta e mais ele adoece, porque não nascemos para vivermos sós”, esclarece. 

De acordo com um estudo publicado no American Journal of Preventive Medicine, aqueles que vivem isolados têm mais chances de morrer prematuramente e tendência a desenvolver problemas relacionados à saúde mental. Inclusive, para combater a solidão, países como Reino Unido e Japão criaram departamentos públicos específicos para lidar com os casos. 

COMUNHÃO COM DEUS 

Apesar da importância da companhia e dos laços estabelecidos entre os humanos, não é raro encontrar quem se sinta sozinho em meio a pessoas queridas. Isso acontece porque, assim como o ser humano não foi criado para viver só, ele também depende de seu Criador. O relacionamento com Deus é o único capaz de eliminar o sentimento de solidão e de fazer uma pessoa sentir paz e completude, seja no meio de pessoas, seja sozinho ou em qualquer lugar. O relacionamento com Deus precisa ser baseado no diálogo. Enquanto nós falamos com Ele por meio da oração, Ele nos revela Sua vontade por meio de Sua Palavra. A busca constante pelo Seu Espírito e por agradá-Lo leva o ser humano a estar completo e sempre acompanhado, como o Senhor Jesus afirmou em Mateus 28.20: “… e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. Quando está aliado a Deus, você nunca está só. 

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  • Redação